Cap. 161
Westwood não sabe o que responder. Ele está bem ambientado em Rotten Root. Na maior parte do tempo, é um lugar tranquilo para ficar entocado, cada um cuida da própria vida (com exceção da esposa do Ramirez), dificilmente alguém de fora vem para a cidade e quem vem, não fica.
Mas ele reconhece que, se pretende continuar sendo o padre da cidade, seria bom saber como é ser um padre. Não pode ficar se arriscando.
Bridget continua o encarando com seu olhar frio e firme. Ela quase consegue ouvir as engrenagens enferrujadas se empurrando dentro da cabeça daquele homem.
Percebendo que uma decisão levará mais tempo do que ela deseja esperar, Bridget sai rumo aos fundos da igreja. Westwood nem tem tempo para respirar aliviado, pois a mulher já retorna. Pelo menos, agora, ela vem com uma bíblia na mão e sem a faca.
A moça estende o braço, colocando a bíblia no peito do “padre”: — Pegue! Leia isso. Vai te ajudar a decidir.
Westwood coloca a mão direita sobre a bíblia, mantendo-a colada a seu corpo.
Bridget se vira e volta a sair. Já na parte escura da igreja, deixa um último recado:
— Me avise quando tiver realmente se decidido.
Aquela bíblia parece queimar nas mãos do “padre”. No fundo, ele preferia que a freira tivesse usado a faca.
Ele não pretende deixar a cidade, nem seu disfarce de padre, mas sabe que, para manter essa farsa, pode ter que tomar medidas drásticas. Fazer coisas que, mesmo para alguém como ele, irão assombrá-lo para o resto da vida.
Ciente de que aqueles pensamentos não combinam com uma igreja, Westwood também sai e vai procurar orientação espiritual em um ou dois copos no saloon de Ramirez.
Melhor ficar longe de irmã Bridget enquanto rumina suas ideias e não fazer nada precipitado.
Na cidade, enquanto Bridget e Westwood faziam sua inquisição particular, Lucretia, Wayne e a família Smith se alojaram no cabaré.
Cobra Traiçoeira e o Dr. William não demoraram a chegar. Até mesmo Augustus e o prefeito apareceram para oferecer seus préstimos.
Ao ver todos à sua porta, Lucretia comenta: — Nossa! Quanta gente. Wayne, querido, você deveria se jogar do celeiro mais vezes. É bom para os negócios.